Vimos,
primeiramente, que um dos principais objetivos do Aterro Sanitário
é o armazenamento e tratamento do lixo produzido pelo homem,
evitando, assim, a contaminação do solo, lençol freático,
mananciais, enfim, daí a importância do controle e intervenção
adequados do chorume, por exemplo, que como já vimos, é o líquido
resultante do processo de decomposição da matéria armazenada no
aterro. Assim como também já vimos em postagens anteriores como
ocorre o tratamento desse líquido para que não contamine o meio, e,
com isso, o Aterro Sanitário não perca a sua função de evitar a
poluição.
Porém,
a produção de resíduos pelo ser humano é cada vez maior,
resultante do consumo descontrolado, da obsolescência dos produtos,
da grande industrialização dos mesmos. São diversos os fatores que
causam esse aumento do lixo nas cidades. E o Aterro possui valores,
quantidades limites para seu bom funcionamento. Tratando até
quantidade “x” de resíduos orgânicos por dia para a sua boa
efetivação. No entanto, a demanda para esses locais é maior,
prejudicando o funcionamento adequado dos aterros. E o lixo ali
depositado, que antes não contaminava o solo, lençol freático,
passa a contaminar.
Nesta
postagem entenderemos um pouco mais do processo químico envolvido na
contaminação do solo em aterros sanitários. Segundo a Companhia de
Saneamento do Estado de São Paulo, “o solo é dito contaminado
quando apresenta concentrações de determinada espécie química
acima do esperado em condições naturais, sendo um solo poluído o
que possui concentrações de um determinado contaminante que possam
afetar os componentes bióticos do ecossistema comprometendo seu
funcionamento.”
Levando
esse processo para seu lado bioquímico, é importante compreender
que as trocas iônicas do solo são processos reversíveis ou
temporariamente irreversíveis, pelos quais as partículas sólidas
absorvem os íons da fase aquosa, e isso faz com que haja um
retardamento na velocidade de avanço do mesmo. À medida que os
solos são formados alguns minerais e a matéria orgânica são
reduzidos, apresentando, em geral, um balanço de cargas negativas.
Devido
ao alto teor de oxigênio encontrado na estrutura de substâncias
húmicas, elas têm excepcional capacidade de se ligar e reter
cátions, principalmente metais pesados. Podendo também, devido aos
grupos presentes em sua estrutura ligar-se a alguns ânios. A
preocupação com a retenção de espécies metálicas no solo se
justifica devido ao fato de não serem degradáveis em altas
concentrações e permanecerem no solo e sedimentos por longos
períodos ou serem recolocados no meio devido a transformações
químicas e alterações nas condições ambientais, bem como
infiltrar para camadas inferiores, com sérias consequências para o
meio.
Outros
elementos que podem atingir concentrações poluidoras no solo são o
N, K e P, pois quando presentes em quantidades maiores do que as
plantas podem absorver, ou as necessárias ao bom funcionamento dos
micro-organismos acabam por infiltrar, sendo considerados problemas
sérios não apenas aos solos, mas, principalmente, para os
mananciais.
Portanto,
pode-se dizer que além dos impactos no funcionamento e
biodiversidade do ecossistema, a contaminação do solo é uma ameaça
direta e indireta à saúde pública, necessitando de ações
remediadoras. Geralmente, em ambientes contaminados não ocorre
revegetação espontânea, necessitando de ações que vão desde
ações de recomposição do solo até recomposição da flora dos
locais próximos do Aterro Sanitário, procurando uma melhoria
estética e estabilização daquela área afetada (Novais, 2000).
Referencial
teórico:
-
NASCIMENTO, Daniela. Estudo
Químico do Solo e Lixiviado do Aterro controlado em Botuquara.
Universidade
Estadual de Ponta Grossa. Ponta Grossa, 2008. P. 41, 42 e 43. Obtido
em:
<http://www.bicen-tede.uepg.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=211>.
Acesso em 23 de maio de 2015.
-
NOVAIS, R. F.; ALVAREZ, V.H; SCHAEFER, E. G. R. Tópicos
em ciência do solo. v.
1. 2000.
GRUPO L
ResponderExcluirMuito importante à abordagem desse tema em um post do blog de vocês! O biogás dos aterros se relaciona a disposição final de resíduos sólidos urbanos e está diretamente ligado ao efeito estufa. Isso porque na sua composição estão presentes em grandes quantidades gases como o metano e o dióxido de carbono e outros em quantidades em traços. O metano e o dióxido de carbono estão entre os principais gases relacionados ao efeito estufa e a poluição do ar em geral representando, assim, um risco para a homeostase do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. Dessa forma, é essencial que o biogás seja tratado ou reutilizado. Converte-lo em uma forma de energia útil tais como: eletricidade, vapor, combustível para caldeiras ou fogões, combustível veicular ou para abastecer gasodutos com gás de qualidade é uma ótima alternativa. Além disso, simples queima do metano, sem nenhum aproveitamento energético, já assegura um benefício ambiental por transformar CH4 (metano) em CO2 (dióxido de carbono), porque o metano é de 20 a 23 vezes mais danoso para a atmosfera do que o dióxido de carbono. O benefício, além do ambiental, se dá também na lógica do empreendedor. Isso porque retorno do capital investido se dá por duas vias: a emissão de créditos de carbono (quando uma certificadora da ONU mede a quantidade de metano queimado e converte esse número em papel com valor de mercado para os países ricos signatários do Protocolo de Kyoto que assumiram o compromisso de reduzirem suas emissões) e a venda de energia útil para diversas formas de aproveitar (Energia Elétrica, Energia Térmica, Uso Veicular, Iluminação a Gás, etc).
REFERÊNCIA
Manual para aproveitamento do biogás: volume um, aterros sanitários. ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade, Secretariado para América Latina e Caribe, Escritório de projetos no Brasil, São Paulo, 2009.
Ótima postagem, pessoal! Resolvi complementar falando que os micronutrientes são retidos no solo pelos diversos componentes orgânicos e inorgânicos através de adsorção iônica ou molecular ou por precipitação em formas pouco solúveis. A capacidade do solo de reter o micronutriente depende das suas propriedades químicas, físicas e biológicas, assim como da forma química com que a substância foi aplicado. Dentre os fatores que influem na retenção dos micronutrientes estão: textura, pH, umidade, teor de matéria orgânica, teor de óxidos de ferro, de alumínio e de manganês, espécie e concentração dos constituintes na solução do solo e sua velocidade de percolação. Normalmente, a solubilidade e, consequentemente, a movimentação dos micronutrientes catiônicos (cobre, ferro, manganês e zinco), aumenta com a diminuição do pH do solo. A umidade também influencia na capacidade de retenção por afetar as reações redox. Sob condições redutoras a solubilidade do cádmio, do cobre e do zinco diminui e a do ferro e do manganês aumenta (lembrando que esses elementos fazem parte da composição do chorume, como vocês citaram em postagens anteriores ;) ).
ResponderExcluirREFERÊNCIA:
http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/micronutrientes/Index.htm
Grupo H
ResponderExcluirMuito interessante a colocação de vocês a respeito da revegetação dos solos após o esgotamento do aterro. Os taludes de aterros sanitários podem sofrer movimentação de massa devido a sua conformação, sendo então necessário e imperativo a revegetação desses locais, de forma a minimizar tais problemas, assim como processos erosivos. Sem a revegetação os taludes ficam demasiadamente expostos às intempéries, correndo o risco de deslizamentos e de espalhamento de milhares de toneladas de lixo.
E por incrível que pareça, um dos vegetais escolhidos para a revegetação de certos locais são as leguminosas! As leguminosas são espécies com alta capacidade reprodutiva, baixa exigência em fertilidade, e que melhoram as características do substrato, através de fixação biológica do nitrogênio, em associações simbióticas com bactérias, sendo esta a grande justificativa para seu uso, pois disponibilizam para outras plantas o nitrogênio. Além disso, apresentam raízes com arquitetura e profundidade que permitem estabilizar solos com pouca instabilidade como nos casos de taludes.
Referencia:
http://www.if.ufrrj.br/inst/monografia/Simone_Rossi_Manhago.pdf
A postagem é de interesse social e muito bem elaborada. Queria contribuir explicitando o problema das pilhas na contaminação do solo. A pilha mais utilizada é a alcalina. Nas pilhas alcalinas, o zinco está presente na forma de pó aglutinado e o eletrólito utilizado é hidróxido de potássio. Durante o processo de descarga, a composição inicial muda em função das reações que ocorrem no ânodo e no cátodo. As reações parcial e global de descarga de uma pilha alcalina podem ser
ResponderExcluirdescritas pelas Equações 1, 2 e 3:
Pólo negativo (ânodo): Zno + 2OH- Zn(OH)2 + 2e- (1)
Pólo positivo (cátodo): 2 MnO2 + H2O + 2e- Mn2O3 + 2OH- (2)
Total: Zn0 + 2MnO2 + H2O Mn2O3 + Zn(OH)2
Visto o produto final, o descarte de pilhas no lixo urbano ou no solo gera problemas nas estações de tratamento de lixo, poluição das águas superficiais e subterrâneas e acumulação de substâncias tóxicas na cadeia alimentar (bioacumulação e biomagnificação). Tanto zinco quanto manganês, apesar de serem essenciais aos seres vivos em baixas concentrações, são particularmente
tóxicos quando em concentrações elevadas como já foi explicitado.
Referência: AGOURAKIS, Demetrios Chiuratto et al. Comportamento de zinco e manganês de pilhas alcalinas em uma coluna de solo. Química Nova, v. 29, n. 5, p. 960, 2006.